segunda-feira, 3 de julho de 2023

A Imitação da Vida: Deus está nas Musas

Me acomodo diante do computador e deixo as mãos deitarem sobre o teclado. Mas nada acontece.

Quanto tempo faz? Seis meses? Um ano? Provavelmente mais.

Apenas estes pensamentos perdidos que tento coordenar, esta causa perdida que no entanto garante a enfermidade mental necessária para que eu me acomode diante do computador, deixe as mãos deitadas sobre o teclado e… Onde eu estava mesmo?

Tentando escrever.

Como pode sentir o coração efervescente de tantas coisas querendo sair e encontrar o cérebro catatônico, um chão de ferro, um motor incapaz de fazer com que todo o resto se comprometa a tornar éter em concretude?

Retifico. Até sentir que sua capacidade mas algo que lhe falta. Combustível, motivação, nervos, estômago. Propósito. Se eu procuro bem acho tudo isso, no entanto ele continua sua inércia. No prumo para lugar nenhum.

Talvez esteja tudo bem. Talvez eu não saiba mais para onde ir mesmo.

Mas ainda existem estas pequenas coisas. A lembrança de um sorriso que me deixava orgulhoso de saber que eu quem o provocou. Outra lembrança de um abraço daqueles de sentir a pele na pele, e o calor… O que o calor dizia? Mais coisas do que os que abraçavam podiam explicar. Esses pequenos momentos de felicidade tão certos me movem adiante neste caminho incerto.

A vida é essa, e ela tem seu próprio modo de conduzir a dança: a certeza de que o sol vai nascer amanhã encontra a dúvida se eu vou estar lá para presenciar o ocorrido. Afinal talvez tudo se trate destas lembranças. E nada se trate destas lembranças. Tem esta história destas duas pessoas que se perderam uma da outra e possuem uma esperança desenganada que não se deixa nem morrer e nem se concretizar. Como viver com isso?

Meus deuses. Como viver com isso?

Diante do computador, com as mãos deitadas sobre o teclado, encontro algo sobre o que escrever.

E o que será que acontecerá depois?

GWT

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