terça-feira, 27 de outubro de 2015

CURSANDO "ESCREVA SUA HISTÓRIA": ATIVIDADE #07 - MINICONTO

Hail!

Seguindo o mini-curso "Escreva Sua História", realizado pelo roteirista Fábio M. Barreto, vou compartilhar o resultado do último exercício que fiz, que traz a seguinte proposta:

"Escreva um miniconto, no gênero da FANTASIA, com apenas um parágrafo, com, no máximo, 10 linhas (de acordo com o espaço dessa postagem). É preciso demonstrar um arco dramático, ou seja, de algum modo, ter começo, meio e fim".

Fiquei um pouco na dúvida sobre a quantidade de texto a apresentar, uma vez que o número de palavras numa linha pode variar dependendo de onde se escreva (e leia). Resolvi redigir o material num arquivo .doc com tamanho 12 e margens 2,5. Eis:

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Érica chegou ao porto, passou por alguns homens que a olharam obscenos, comprou um bilhete e embarcou. Encontrou seus amigos, membros de sua reserva indígena. Após os cumprimentos saudosos, a embarcação partiu. Os grosseirões do porto os abordaram com armas na mão, eram matadores, contratados para matar os líderes da comunidade. Agarraram Érica, a tocaram, eles não a matariam de imediato. - Não nos matem, por favor! - Ela disse. Sua voz ecoou na mente dos matadores e eles exitaram. - Eu faço o que vocês pedirem! - Cada palavra era acompanhada por um sussurro sibilante. A soltaram. Ficaram fascinados, entorpecidos. - Vocês me desejam e eu vou dou o que quiseram. - Ela pulou para o rio e eles a seguiram. Para a morte. A embarcação prosseguiu, algumas crianças avistaram um lindo boto, mas o grupo de índios presente sabia que a Iara os seguia.

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O primeiro desafio aqui foi apresentar a história em si, algo simples e logo descobri que até um conto simples pode ser complicado escrever quando sua mente quer forçar algo mais complicado, com mais nuances e informações... O que me levou ao segundo desafio: terminada a história, eu teria que enxugá-la. No fim da primeira versão eu tinha 5 linhas excedentes e teria que cortar as palavras certas para que eu não perdesse a essência do que eu queria contar. Senti que há uma certa força que faz com que nos apeguemos as palavras no texto, que nos faz lutar contra os cortes necessários.

Por fim, senti que consegui "emagrecer" o conto nas partes certas, deixando o que tinha que ser deixado e não senti nenhuma perda devido aos cortes.

É isso. A demanda segue. Que as musas nos favoreçam!

MWXS

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

DIÁRIOS DE ÓCULOS - CONVIVEMOS COM AS DIFERENÇAS?

As vezes reflito sobre a possibilidade das raças de fantasia: elfos, anões, hobbits e tantos outros oriundos de miríades de criações da ficção e mitologia.

Penso em sua relação com os povos humanos e encontro um grande entrave: não conseguimos lidar nem com a diferença de cor da nossa pele, imagina com algo assim! Por Crom do alto de sua montanha! Não convivemos bem nem com opções sexuais diferentes!

Nestas horas me vem a mente as teorias que afirmam que os neandertais conviveram com os humanos na pré-história e foram extintos durante a disputa por territórios ou algo do tipo. Daí se tira: como raça, podemos ter sido responsáveis pela extinção de uma raça... O que não é exatamente algo novo (já extinguimos e ameaçamos inúmeros espécimes da fauna e flora), mas estamos falando de seres dotados de inteligência. Consciência.

Pelo que vejo, historicamente o convívio das diferenças sempre foi assim: submissão ou extermínio. Os diversos povos pré-colombianos das americas sabem bem disso.

Embora contemplemos um destino sombrio, eu tenho esperança que no fim resolvamos tomar um caminho de luz. Que venhamos a aprender o verdadeiro significados da paz e da sabedoria antes de irmos longe demais num caminho sem volta onde o único desfecho será a destruição do nosso mundo, ou o mundo dos nossos filhos ou dos filhos deles.

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domingo, 18 de outubro de 2015

CURSANDO "ESCREVA SUA HISTÓRIA" (ATIVIDADE #5)

Ultimamente tenho dedicado um tanto de tempo para estudar sobre a atividade escrita e garimpando na internet encontrei o ótimo site do escritor Fábio M. Barreto onde ele ministra o interessante curso Escreva Sua História, onde ocasionalmente ele propõe alguns exercícios.

Em minha busca incessante por tempo para escrever, resolvi arregaçar as mangas e participar da atividade nº 5, com s seguinte proposta:

"Crie um, ou mais personagens, e reconstrua uma piada boa (e conhecida) por meio da sua narrativa. Pode ser qualquer uma. Afinal, o importante não é a piada, é como ela é contada".

De cara eu pensei, - "ow, droga!" - Nunca havia escrito algo com intenção humorística e não pensei que fosse conseguir algo de cara. Apenas respirei fundo, pensei em alguma piada que gosto e deixei os dedos deslizarem sobre o teclado. Abaixo segue o resultado desta desventura:

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Júlio andou cabisbaixo pelo corredor do hospital, rumo a sala do médico que iria lhe mostrar os resultados dos exames que havia feito. Aproveitou a distância dos passos que lhe restavam até o veredito para preparar seu espírito.

“Dr. Muriel”, dizia a pequena placa diante do médico que acenou para que sentasse na cadeira à frente. Ele deu um daqueles sorrisos presos, daqueles que se dá quando não vão anunciar boas notícias.

- Então, doutor, o que é que há? - Júlio disse.

Muriel pigarreou - Senhor Júlio, pelo resto da sua vida você vai precisar tomar estas pílulas.

- E quanto tempo isso significa, doutor?

A garganta arranhou novamente fazendo Júlio pensar que, ou Muriel estava precisando de um copo de água ou ele estava desconcertado com a situação. - Não vamos pensar em questões de tempo… Vamos pensar em quantidade de pílulas. - Então colocou um pequeno frasco de comprimidos sobre a mesa.

- Leve dez. Dá e sobra.

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Segue o relato do que aprendi em termos de construção textual e conceitual. Cabe a observação: o relato explica o desenvolvimento da história, não a piada. :-D

A história tem como fonte uma das várias piadas recorrentes feitas pelo personagem Groucho, da HQ italiana "Dylan Dog".

O resultado foi curioso. Gostei de ter visto como podemos revisitar uma história simples, de algumas poucas linhas e lhe dar nossa roupagem. Acho que a narrativa reforçou o tom indireto já presente no humor negro da piada... De alguma forma me lembrou o tom presente em "Homens de Preto" (no primeiro, não nas sequências), sutil, meu tipo de humor preferido que quase não quer ser engraçado. Pode não ter torta atingindo a cara de ninguém e os segundos necessários para entender a sacada podem até estragar a piada para alguns mas, pessoalmente, gostei.

Outra referência que usei, sem intenção, simplesmente foi cuspida no texto foi o trecho "doutor, o que é que há?" do "what's up, doc?", fala clássica do Pernalonga. Até imaginei o maldito coelho pondo as pernas sobre a mesa enquanto petisca uma cenoura, lançando uma expressão cínica ao interlocutor.

No final, o que sobrar da piada interna e do obscurantismo do humor despretensioso do Groucho, fica ao julgo dos olhos do leitor. Espero que seja uma experiência satisfatória.

Para saber mais sobre o assunto, basta seguir o coelho bran... Digo, clicar nos links inseridos no começo desta postagem.

See ya, space cowboys!

MWXS