sábado, 28 de março de 2009

Um breve tratado sobre nós, os macacos: o Demônio da Perversidade


Nietzche uma vez disse: "não combata os monstros temendo tornar-se um deles. Se você olhar para o abismo, o abismo olhará para você".

Me pergunto: quantas pessoas neste mundo conseguem ler esta pequena explanação e atingir daí um momento de reflexão? Sim, o mal existe dentro de nós e fora de nós, e ele não pode ser negado.

Edgar Alan Poe ocasionalmente nos remete a tramas sombrias onde o principal heroi, assim como o principal vilão, são simplesmente o mesmo personagem, o foco da história. Lá encontraremos figuras que despertam um mal inerente dentro de si e, mesmo que vergonhosamente, se deliciam com aquele estado de disruptura do próprio caráter até então pseudo-edificado.

Novamente me pergunto: por que temos nos esforçamos tanto para negar tal mal? Não será isto simples medo do reconhecimento de que existe uma parte de nós que não gostamos? E em ultima instância, detestamos a ideia de que possamos vir a aceitá-la um dia? 

Como poderemos então combater este esta ideia sinistra se negarmos sua existência?

Negar o Diabo é negar a própria existência de Deus. Seja lá quais implicações esta consideração possa causar as suas próprias crenças particulares.

As vezes reflito nos motivos que levariam certas pessoas a resumir o mal à insanidade, fruto de uma cultura inclemente ou força de uma necessidade fisiológica .. Penso que na verdade, elas devem ter medo.

Medo de saber o quanto nós, os macacos, podemos ser diabolicamente malignos por natureza...

Mas nem todos. E nem sempre.

Juntem-se a batalha.

-MWXS