sexta-feira, 12 de março de 2021

Contos de Sah'gah: O Último Adeus de Feh'ris

Obs: esse texto foi publicado aqui no blog em algum momento do ano 2008 e por algum motivo no meio do caminho até aqui eu "despubliquei" ele com a intenção de editá-lo, principalmente porque na época eu tinha o hábito de escrever na internet sem usar quaisquer acentuação gráfica além das necessárias para fazer as sentenças entendíveis. O ponto é que eu esqueci dele entre os rascunhos do blog e somente há uns meses esbarrei com ele novamente e sei lá, a nostalgia sussurrou nos meus ouvidos para que eu republicasse o conto do jeito que estava em 2008 mesmo. Então para os olhos curiosos que forem se aventurar nos próximos parágrafos, tenham isso em mente e perdoem esse pretensioso escrevinhador. Estas linhas foram feitas no primeiro ano desse blog então esse post acaba sendo um resgate de memórias dessa época. Eventualmente eu devo não apenas editar o texto, mas reescrevê-lo para atualizá-lo conforme minha atual prática de escrita, em técnica e estilo.

O ÚLTIMO ADEUS DE FEH'RIS

Escrito por
MIKE WEVANNE

Todo o meu corpo tremeu enquanto meu pulso envolveu firme o cabo do dente de dragao. nunca a gema rubra que encrustava a lamina em formato de presa draconica faiscara tao ferozmente energia mistica quanto naquele momento.

serrei os dentes e desferi um poderoso golpe, certamente o ultimo nas terras de saga, contra aquele colosso cinzento que corrompera tantas naçoes quanto sua mente profana poderia tocar.

hunder, o gargula do circulo negro. a força que apliquei quebrou alguns ossos de meu braço e em meio a uma intensa explosao luminosa, rubra e cegante, tudo havia acabado.

hunder havia sido destruido, banido novamente para a terra dos mortos e para as paragens escuras do abismo, lar de sua raça.

ferris mic'uev tambem havia sido atingido pela lamina do chacal, o toque da morte, naquela noite... abri os olhos, mas nada senti. talvez a pele encharcada de suor, os labios umidecidos por um leve gosto salgado de sangue. naqueles instantes que precederam minha passagem para o fluxo de vida, o destino de todas as almas cuja chama da vida apaga. abri os olhos, meu olhar vago observou meus companheiros naquela batalha terrivel.

eles estavam chorando por mim. gritando preces ao crepusculo e a dama branca... suas lagrimas celestes regavam aquele solo corrompido por seu antigo residente.

mas eu nada ouvia. o mundo inteiro ficou lento e eu aproveitei o deleite de cada instante que me restava. o tempo havia parado em silencio e paz. minha missao havia sido cumprida, quando ceifei, junto a chakan o chacal, a existencia daquele gargula infame para longe das terras de saga.

entreguei a essencia da minha vida para o fluxo... deixava pra tras tudo o que havia conquistado com coragem, amor, e minha limitada sabedoria.

meu corpo nao respirava mais, meus musculos nao expressavam mais movimento.

olhei o mais ternamente para aira o quanto pude. meu adeus seria uma declaraçao de amor expressada atraves da alma.

nenhuma palavra foi dita, nenhuma caricia... ela nao chorava mais. apenas olhava para os meus olhos, como eu olhava para os dela.

e a visao sublime de aira zahn, a mulher que amei, foi a ultima lembrança que carreguei alem das divinas terras de saga.

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